quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Vida de Artesã.

 Olá meninas, faz tempo que não dou as caras por aqui né? Mas espero ir voltando. Como sempre estou com muito trabalho e a cabeça fervendo de idéias. Alguns já devem ter percebido as mudanças na minha Marca a Vicentina. Estou mudando o estilo da marca e isso é mais difícil do que eu pensava!  Pra quem pensa que eu abandonei o estilo vintage, calma! hahah eu não abandonei é só a loja que está mudando mesmo, hoje perguntei no grupo Vintage & Retrô Bloggers sobre o que postar. Afinal são 3 meses longe daqui! Aí a Vivi do Blog Casa Cherry, me sugeriu contar um pouco da minha vida de Costureira/Artesã. Espero que tenham paciência pra ler o texto! kkk

 Bom vou começar do começo, eu vivia enfiada na casa da minha vó (musa inspiradora do nome da minha marca). ela tinha uma máquina de costura daquelas de pedal, bem antigas. ela ficava costurando paninhos de prato, colchas de retalhos, coisas bem básicas, mas quem me influenciava, era e continua sendo minha tia, eu também vivia enfiada na casa dela nas férias. (minha vó tinha ciúmes) kkk só que ao contrário da minha vó a minha tia, trabalhava no ramo da moda/costura. Ela confeccionava lindos vestidos de noiva, e eu ficava desenhando minhas bonequinhas com vestidos de princesa, lembro até hoje de fazer uma roupa pra minha boneca no alinhavo e minha tia ficar toda orgulhosa! Mas aí o tempo foi passando, passa a fase que a criança quer ser de tudo um pouco, entrei no colégio. E depois do terceiro ano resolvi fazer o que?? Faculdade de Redes de computadores! tudo a ver né? Ai fiz cinco meses de curso e desisti, porque minha paixão sempre foi e será a moda, ainda não fiz faculdade de moda, mas um dia quem sabe!

Me mudei pro Rio de Janeiro em 2012, comecei a trabalhar em escolas de inglês que era o mesmo trabalho que  me sustentava em Curitiba. Mas aí aconteceu de eu ser mandada embora, pela graça de Jesus!kkk  Ai resolvi que não ia mais trabalhar pra ninguém. Peguei todo o dinheiro do trabalho e comprei uma máquina reta, uma overloque chinesa, e criei a Vicentina. No começo a proposta era ser fiel ao estilo anos 40, mas nem todo mudo se veste assim todos os dias, ai fui adaptando, mas confesso a vocês que não é fácil ter uma marca e agradar todo mundo. Já fiz coleções, só vestidos, e terminei nas coleções novamente, se investe muito dinheiro pra falar a verdade, e muitas das pessoas não dão valor no que você faz, acham que nossos preços tem que ser iguais ao de lojas de fast fashion. No começo minhas roupas eram caras, admito. Mas eu queria resgatar a coisa de ateliês antigos de fazer roupas sob medida. Deu certo por um tempo, mas não estava me sustentando. Ai resolvi fazer as peças nos tamanhos tradicionais, só que uma de cada tamanho pra manter a exclusividade das peças. Nesse meio tempo também dava (e dou) aulas de modelagem/costura básica e avançada. Esse trabalho é o que realmente paga as contas e as despesas da marca. Fora outras encomendas que não tem nada a ver. Trabalhar sozinha não é nada fácil, meu marido me ajudava e ajuda o quanto pode, tanto com idéias, design do site e até dinheiro mesmo. Dando aulas comprei minha máquina overloque industrial, e uma máquina doméstica, pra caseado de botões e essas coisinhas que a industrial não faz. Costurei pra Vicentina durante 3 anos no quarto onde eu dormia. Esse ano conversei com Deus e disse que queria um lugar só pra mim. Ou eu ia alugar uma sala ou Ele ia dar um jeito. Em Abril me mudei pra minha casa nova e pra minha surpresa tinha um quarto só pra mim! Deus é Deus de detalhes minha gente! Vi que ainda não é a hora de eu ter uma loja física, é tudo no seu tempo. Paciência!  Fiz a última coleção no estilo retrô da Vicentina esse começo de ano, e não deu retorno. Ai resolvi mudar! E fui pesquisar muito pra ver o que estava na moda e tal. Reparei que o estilo Boho Chic está aí faz um tempo, e resolvi apostar. Desenhei minha nova logo, meu marido me ajudou com o Photoshop, estou criando um novo site e uma nova coleção toda inspirada nesse Wildstyle, com peças de crohê (é aprendi a fazer cropped de corchê) o que a gente não faz né? Vestidos mais confortáveis e um monte de coisas lindas que vocês vão ver em breve. o Boho continua sendo retrô e acredito que vai dar certo. Já pensei em acabar com as atividades da marca diversas vezes, pois não é fácil mesmo. Mas sinto que Deus tem sempre o melhor para nós e que Ele não colocaria um sonho em nós se não fosse possível.   Um dia vou olhar pra trás e vou agradecer por Ele não ter me dado tudo a hora que eu queria. 
Espero que tenham gostado de ler um pouco da minha história e que nunca desistam de seus sonhos, por mais bobo que ele pareça! Beijos e até a próxima.